Niccolò Paganini (1782-1840) foi um compositor e brilhante violonista italiano, considerado o maior virtuose do século XIX foi um dos criadores da estética musical romântica.
Niccolò Paganini nasceu em Gênova, Itália, no dia 27 de outubro de 1782. Filho de Antônio Paganini, empregado do porto de Gênova e violonista amador, dos seus cinco filhos somente Niccolò herdou a inclinação musical.
Em 1790, com oito anos já estava tomando lições de violino com Giovanni Servetto e depois com Giacomo Costa, mestre de capela e primeiro violino das principais igrejas de Gênova.
Fama na Itália
Ainda em 1790, Paganini compôs sua primeira obra – uma “Sonata para Violino”. Seis meses depois, fez sua primeira apresentação pública como instrumentista, executando numa igreja um concerto de Ignaz Pleyel.
Aos onze anos já carregava uma considerável experiência como instrumentista e criava músicas com grande facilidade.
Em 1799, por sua grande habilidade como violonista de incríveis recursos técnicos, Niccolò Paganini começa a ganhar fama em Milão, Bolonha, Florença e Pisa, dando um concerto após outro, sempre em companhia do pai.
24 Caprices
Em 1799, o clima de terror criado com o avanço de Napoleão sobre a Itália fez com que Antônio e Niccolò voltassem para Gênova, refugiando-se numa pequena casa de campo na região de Val Polcévora.
Com apenas 17 anos, acostumado a uma vida movimentada, essa pausa repentina o obrigou a uma temporada de descanso que já era necessária.
Paganini procurou estudar e adquiriu conhecimentos gerais modestos, mas bem fundamentados.
Nessa época, escreveu os primeiros “Caprices para Violino sem Acompanhamento”, (de uma coletânea de 24, só concluída em 1802).
Paganini compôs os Caprices como exercícios para aperfeiçoamento da técnica de execução, mas resultou em um aperfeiçoamento técnico e uma fantasia criadora, que os tornou obras de grande porte musical.
Estranhas lendas relacionadas com o demônio
Em 1801, com dezenove anos, Paganini rompeu com o pai, por razões não reveladas, e viajou sozinho para Lucca e em pouco tempo tornou-se conhecido pela região.
Sua vida era um mistério e sobre ela surgiram histórias envolvendo mulheres, crimes, prisão e demônio.
Segundo deduziam, boa parte dos boatos que corriam era de autoria do próprio Paganni, que gostava de cultivar em torno de si uma aura de magia e satanismo. Levava uma vida desregrada, entregue ao jogo e às aventuras amorosas.
Uma delas foi uma nobre toscana, exímia guitarrista, que o inspirou a escrever obras como os “Duetos Amorosos para Violino e Guitarra”, os quais seriam crônicas do romance entre o músico e a aristocrática.
A obra foi dividida em: “Princípio, Súplica, Consentimento, Timidez, Contentamento, Amuo, Paz, Sinais de Amor, Notícia de Partida e Separação” O violino representava o compositor e a guitarra, sua amada.
Em 1805 torna-se mestre de violino do Príncipe de Luca, Felice Baciocchi, cunhado de Napoleão Bonaparte. Exercia ao mesmo tempo as funções de professor do príncipe, diretor e primeiro violino da orquestra da corte.
Paganini passava a maior parte de seu tempo no palácio e tinha a princesa Elisa uma grande admiradora. Dessa época datam algumas de suas melhores obras, entre elas, “Cena Amorosa Para Duas Cordas.”
Excursões pela Itália
Com a mudança da Princesa Elisa para Florença, em 1808, Paganini voltou à vida nômade de concertista, apresentando recitais em toda a Itália.
Em 1813, estreou no Teatro Scala de Milão, aberto então para uma temporada de concerto. O programa incluía a sua criação mais recente, intitulada “As Feiticeiras”, baseada na sinistra história de uma dança de bruxas, que Paganini vira no balé A Nogueira de Benevento, do austríaco Franz Süssmayer.
Em 1815, Paganini estava em Veneza onde conheceu a cantora e dançarina Antonia Bianchi, com quem passou a viver e foi sua companheira por toda a Itália, enquanto dava recitais e acumulava glórias.
Em 25 de julho de 1821, Antonia deu a luz a Achille, seu único filho. Depois que o casal se separou, Achille ficou com o pai e passou a ser seu companheiro em suas viagens.
Excursão pela Europa
Niccolò Paganini conquistou a fama no exterior e excursionou pela Áustria e Alemanha. Em 1929 foi atacado por uma infecção na laringe.
Em 1831 chegou a Paris, onde surgiram novas lendas demoníacas sobre o virtuose, que foram caladas depois de apresentar um recital com fins beneficentes.
Em 1932, Paganini percorreu 30 cidades e deu 65 recitais na Irlanda e na Escócia. Em Londres, recebeu o título de Doutor em Música pela Universidade de Oxford.
Com 58 anos de idade, Paganini estava em Nice, na França, quando um violento ataque de tosse lhe causou uma sufocação mortal. Nem na morte, Paganini foi poupado por suas supostas ligações com o diabo.
Seus restos mortais circularam por vários cemitérios até que em 1896 foi levado definitivamente para o cemitério de Parma, na Itália, graças a uma concessão especial do Papa.
Niccolò Paganini faleceu em Nice, França, no dia 27 de maio de 1840.
Composições de Paganini
24 Caprices
Quartetos para Violino, Viola e Violoncelo, Opus 5.
Concerto nº 1, em Ré Maior, catalogada como Opus 6
Concerto nº 1 para Violino
Sonata Militar Sobre um Tema de Mozart
Sonata Napoleão para a Quarta Corda
Moto Perpétuo: Alegro de Concerto Para Violino e Orquestra
Rodó das Campainhas (La Campanella) do 2º Concerto para Violino
Duetos amorosos para Violino e Viola
Cenas Amorosas para Duas Cordas
As Feiticeiras (Le Streghe)
Sonata Il Trillo del Diavolo
Concerto nº 2, em Si Menor, para Violino e Orquestra
A Tempestade, Sonata Dramática para Violino e Orquestra
Autora - Dilva Frazão - Possui bacharelado em Biblioteconomia pela UFPE e é professora do ensino fundamental. Desde 2008 trabalha na redação e revisão de conteúdos educativos para a web.